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O desenho realista vai muito além de uma técnica que se aprende. Mexe com as estruturas mais importantes da psicologia humana.
Veja a seguir 7 habilidades que são trabalhadas e desenvolvidas no processo de aprendizagem do Desenho Realista:
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Saiba mais sobre essas habilidades acompanhando o texto!
1. Capacidade de observação
A visão é o sentido humano mais importante. É responsável pela nossa percepção do mundo.
Mesmo que o estímulo visual (a imagem que passa diante dos olhos) seja algo natural e automático, interpretar esses sinais é o que compõe a visão. Dá sentido às coisas.
Vejamos: uma criança recém nascida recebe estímulos visuais o tempo todo, sem conseguir distingui-los. Sem ainda dar sentido à eles.
Suas experiências vão compondo o cenário, associando dor e prazer, lembranças e sentimentos. Com isso, a visão vai ganhando sentido, sendo possível, aos poucos, identificar o que o cerca.
Portanto, a visão, juntamente com a interpretação, é o que compõe a percepção.
Na fase adulta, estamos tão acostumados com nossa capacidade de ver, que nem prestamos mais atenção à ela. É tudo automático e intuitivo.
Percebendo os detalhes
Aprender a desenhar traz à visão a capacidade de aprender novamente, isso mesmo, reaprender a ver.
Quanto mais atenção aplicamos ao observar alguma coisa, mais detalhes conseguimos captar. É exatamente o que fazemos no Desenho Realista.
Prestando cada vez mais atenção aos detalhes da imagem de referência, isso nos capacita a reproduzir com mais fidelidade o que vemos.
É possível retratar rugas, expressões faciais e tantos outros detalhes que carregam as imagem de texturas e sentimentos.
Além da visão do detalhe, o desenho desenvolve também a visão do todo. A capacidade de analisar o conjunto e verificar se está harmonioso, na proporção correta, com tons e contraste corretos.
Visão essa que pode ser aplicada em diversos outros campos da vida pessoal e profissional.
2. Disciplina
Todo o conhecimento que o Desenho Realista abrange — conhecimento dos materiais, técnica e percepção —, geram a visão do todo que, com planejamento e disciplina, pode gerar resultados cada vez mais impressionantes.
Desenhar por si só já é válido, sendo a prática o principal fator para desenvolver a técnica.
Quando, porém, se compromete ao treino, desenhando se possível todos os dias (nem que seja por 30 minutos ou 1 hora), os resultados serão muito mais evidentes e rápidos.
Então, a satisfação e confiança que se obtém do esforço engajado, trará a força para aplicar os mesmos princípios em outras áreas.
3. Paciência
O Desenho Realista é um ótimo exercício no controle da ansiedade, e um forte aliado para desenvolver a paciência.
Na verdade esse é um requisito fundamental para quem deseja se aprimorar na técnica do desenho realista.
Em nossa lida diária com alunos do Curso, notamos de imediato uma certa pressa e ansiedade imperando. O que impede, ou ao menos diminui, a eficácia do aprendizado.
Chegam querendo logo desenhar um rosto, fazer cabelos e textura de pele, sem entender ainda que tudo é um processo.
Deve-se aprender etapa por etapa, sem pular nenhuma.
Então, mostramos ao aluno um passo a passo capaz de gerar todos os atributos necessários para se dominar a técnica, começando do básico. Como a compreensão, o conhecimento dos materiais e exercícios simples de sombreamento para desenvolver o controle do lápis e leveza da mão.
Gradualmente os exercícios vão ficando mais complexos, aumentando a dificuldade.
Veja abaixo alguns trabalhos feitos por alunos do nosso Curso Virtual de Realismo para Iniciantes que aprenderam a controlar a ansiedade e dominaram o básico da técnica:
4. Ser estratégico
O processo do aprendizado sugere um cronograma que além de levar ao desenvolvimento eficaz da técnica.
Promove ao desenhista uma noção de etapas e processos. Desenvolve a capacidade de definir estratégias, tanto no seu aprendizado no desenho, quanto em qualquer outra área que se dedique e disponha a aprender.
Ao iniciar os estudos na técnica realista, um aluno do nosso curso conhece e começa a entender os materiais, entender os princípios da técnica e, por fim, vem os primeiros exercícios práticos de sombreamento.
No começo é tudo muito confuso e difícil, a mão não obedece, os traços ficam tortos, o sombreamento manchado, riscado e com falhas…
Aos poucos, com perseverança, vai alcançando domínio. Até que os resultados vão melhorando!
A complexidade do próximo exercício aumenta, requer ainda mais habilidades, percepção e paciência.
Esse processo se repete sempre, a cada exercício, a cada imagem desafiadora que se proponha a desenhar.
Primeiro a constatação da própria incapacidade diante do desafio, depois a consciência dos métodos que se deve aplicar, o planejamento e a ação.
Desenvolve-se, daí, a capacidade de ser estratégico.
5. Concentração
Seres humanos são naturalmente distraídos — ainda mais em tempos de internet e smartphones. (Claudia Gasparini, de Exame.com)
A concentração não é algo com a qual nascemos. Precisamos adquiri-la, treinar nossa mente para evitar as distrações e focar em uma única coisa por mais tempo.
Praticar o desenho é uma ótima atividade para desenvolver a concentração.
Sentar-se para desenhar, de preferência ouvindo uma música suave, concentrando-se no momento, no traço ou naquele efeito que se está buscando alcançar… Tudo isso gera uma espécie de meditação. Tudo em sua volta desaparece, e fica só você e o desenho. Sua mente se aquieta.
Esse estado traz satisfação e bem estar.
Uma vez experimentado, você vai querer prová-lo outras vezes e começará a dominar os mecanismos que o levam à esse estado. Poderá experimentá-lo até em outras situações que não seja desenhando.
6. Lidar com a frustração
Não só no desenho, mas a vida é repleta de momentos e situações frustrantes. O sentimento é inevitável, mas opcional é o que se faz, a partir de então.
O aprendizado do desenho realista é um ótimo exercício para desenvolver a capacidade de lidar com a frustração. Porque o tempo todo se erra, os resultados não são como o esperado e principalmente a constatação da própria incapacidade.
Em todos esses momentos, o sentimento comum é de desânimo e a vontade de desistir.
Não há problema em desistir de algo que no fundo não queira, ou não faça bem a si mesmo. Mas o que não é aconselhável é desistir daquilo que se quer e se busca, simplesmente pela dificuldade encontrada.
O ego exagera a fraqueza ou inabilidade, diz não sermos capaz. Porém, a capacidade é algo que se busca e se alcança com muita dedicação e esforço.
Então, mais uma vez, o desenho se mostra um caminho para treinar e desenvolver-se como uma pessoa melhor.
7. Resiliência
A longa jornada, as dificuldades superadas, o conhecimento e a confiança que se obtém no processo, tudo isso gera a resiliência. Ou seja, a capacidade de reagir positivamente diante da dificuldade.
Todo o desafio é usado a seu favor. De todo erro se tira proveito e aprendizado. A cada conquista mais segurança e consciência de que só depende de você.
Portanto deve aceitar a culpa do fracasso e também das conquistas.
No final, se aprende que somente vale a pena se esforçar mais, se dedicar mais, pois cada ponto que se alcança no desenho, automaticamente reflete em toda a sua vida. O comportamento se repete em outras áreas, tornando-se uma pessoa cada vez mais consistente e perseverante.
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