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Textura se refere à aparência da superfície das coisas. Ela pode ser sentida pelo tato, distinguindo sensações como rugoso, liso, áspero, etc. Por extensão, pode também ser percebida pela visão. Que confere estrutura.
Muito se ouve falar sobre esse tema no Realismo. Porém, há toda uma preparação para essa fase do desenho, tanto técnica quanto emocional. Além de treino e estudo é preciso driblar a ansiedade em chegar logo a certos resultados.
O que é a textura?
A textura é uma das características que compõem o desenho realista. Por isso, os detalhes precisam se aproximar do real.
Todavia, quando se faz um desenho, não basta apenas aplicar detalhes sem fim. O que faz um trabalho ser bom é a harmonização do todo. É preciso ter o equilíbrio de técnicas básicas e avançadas.
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Quando se fala em técnicas básicas, refere-se à harmonização de volumes e contrastes. O que será a base do trabalho e essa base está relacionada àquilo que irá ser o primeiro contato do lápis com o papel.
Isso envolve contraste, brilho, volume, percepção de espaço, intensidade, uso correto de materiais, etc. Tudo isso precisa estar bem para receber uma textura, mesmo que simples.
Para ilustrar, pense em uma maquiadora. Desenhar pode ser visto como maquiar uma pele e essa seria o nosso papel em branco. A maquiadora precisa preparar a pele para receber a maquiagem. Utiliza-se hidratantes, primers, corretivos, bases, etc.
Todos esses produtos visam deixar a pele lisa e sem manchas, visam uniformizar. É como faríamos para tonalizar o nosso desenho, utilizando graduações suaves para dar as nuances, preparando os espaços de luz e sombra deixando liso e homogêneo.
A maquiadora poderá utilizar tons um pouco mais escuros à pele para dar profundidades, marcando cavidades para afinar e delinear o rosto. Assim como produtos com mais brilho para destacar áreas de luz.
A textura no desenho realista
No desenho, teríamos que vir com camadas mais escuras para atingir o mesmo objetivo que a profissional. Formando profundidades em áreas mais escuras e dando ênfase aos pontos de luz.
Agora, pense que, se não há treino suficiente pra deixar o grafite uniforme e sem manchas no papel, é como se a maquiadora estivesse fazendo a maquiagem definitiva. Sem antes deixar a pele lisa e sem manchas.
Ela pode até fazer olhos e bocas bonitos, mas a pele irá chamar mais atenção que o restante.
No desenho, a mesma coisa. Uma textura aplicada em uma base feita às pressas e/ou com pouca percepção de volumes e contrastes, não define um bom desenho.
Muito disso acontece devido a antecipação de fases. Há aqueles que querem pular etapas, focando em estudar texturas sem estar preparado no básico.
E apesar de exigir uma melhor preparação, a textura no desenho realista não é algo difícil de aprender. Basta ter cautela e respeitar o tempo de cada situação.
Volumes, luz e sombra, intensidades…
Primeiro é preciso conhecer sobre volumes, luz e sombra, degradês, intensidades e nuances. E muito treino.
Estar apto no que se julga ser básico. Muitas vezes o básico acaba sendo mais agradável aos olhos do que um desenho todo texturizado, pois a suavidade é bonita.
É preciso estar seguro em fazer um trabalho liso, homogêneo, com bom volume e contraste, sem manchas. Para depois aplicar a textura sob ela.
Estou preparado!
Tendo uma boa preparação para seguir ao próximo passo, a textura virá com facilidade.
Essa nada mais é do que a reprodução de detalhes, não havendo apenas texturas na pele. Mas também em objetos, em fios, em diversas superfícies.
Devido a isso, como aprender a fazer detalhes diversos?
Para isso, aprende-se a perceber a referência, a ver. É preciso primeiro aprender a olhar para depois reproduzir o que se vê.
No desenho realista, não trabalha-se com o “como fazer”, mas aprende-se a reconhecer os melhores caminhos e como chegar ao objetivo com as ferramentas que possui. Por isso é necessário a experiência anterior, pois a textura, nada mais é do que jogos de sombra e luz. Porém, numa proporção menor e mais detalhada.
Técnicas de textura
Há técnicas que auxiliam na execução de texturas. Muitas vezes, os papeis mais lisos facilitam o trabalho. Eles deslizam melhor a ponta do lápis e possibilitam uma maior precisão na execução dos detalhes.
Há também quem use a textura do papel em favor da construção da textura no desenho. Quando se conhece e domina os materiais, usa-se a criatividade para chegar ao efeito desejado, não há regras.
Formatos
O formato da textura é variável e vai depender do que a referência pede: poros, rugosidades, linhas contínuas, etc.
A textura, como dito no início, confere estrutura, é como uma trama. Um traço é interligado a outro e precisam ser próximos. Contudo, até nesses traços é preciso trabalhar luz, sombra e volume.
Para fazer uma textura é preciso saber a direção da luz e onde irá projetar a sua sombra. Assim, saberá fazer o volume da mesma, e manter o traço suave e macio. Podendo ser feita com a ponta do lápis um pouco mais arredondada, caso o detalhe não seja muito minucioso.
Trabalhar com graduações de lápis mais duras como o H e HB também ajudam a ter traços mais delicados e menos porosos. Porém, a lapiseira 0.5 com grafite 4B pode ser útil em detalhes mais intensos. Por último, o pincel é uma ferramenta primordial na textura, pois sua função é fixar e ao mesmo tempo suavizar.
Lembrando que não há regras. O objetivo aqui é mostrar caminhos, utilizando o que dispõe em sua mesa de trabalho, pois tudo pode ser adaptável.
A imagem no topo do artigo mostra a preparação de todo esse processo citado até o momento. Vê-se o volume na testa, bochechas, nariz. Tudo vai se construindo para, depois, aplicar a textura, de acordo com cada região.
A técnica se aprende na prática, e vendo a execução assimila-se com mais facilidade.
Mas será a sua experiência nas coisas simples e a paciência em aprender e executar que lhe levará a um trabalho expressivo. Ser humilde, observador, persistente e paciente lhe levará à excelência.
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