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Deuses, deusas e contos mitológicos são referências muito usadas pelos tatuadores, em suas séries de estudos. Essas imagens são símbolos de força e heroísmo.
Quando gravadas na pele, possuem a representatividade de toda uma herança cultural que deu origem a nossa civilização ocidental.
Ao observarmos obras, como as do tatuador Chico Morbene, em seu processo de criação compositiva, podemos nos questionar:
- O tema da mitologia grega é de fato um eco da Grécia Antiga?
- Ou chegaram até nós através de uma reformulação gerada durante outras épocas?
A Grécia Antiga
Primeiramente, é importante ressaltar que todos os povos possuíam representações de suas divindades.
No entanto, as observamos fascinados por seu exotismo, mas quando diante da cultura grega sentimos de imediato que estamos frente a membros mais velhos de nossa família, pois essa cultura foi o berço da civilização ocidental.
A Grécia Antiga surgiu entre 1100 e 700 a. C.
Porém, houve um período considerado a Idade de Ouro quando existiu um salto de criatividade sem paralelos. Atingiu os campos da arte, arquitetura, filosofia, legislação, história e matemática.
Os gregos foram os primeiros a escrever prolixamente sobre suas realizações nas Artes.
Segundo o filósofo grego Protágoras, o homem era a medida de todas as coisas. O valor e a dignidade humanas eram pautados pela clareza de pensamento e busca pelo equilíbrio.
Iniciaram a representação do nu simbolizando a perfeição do corpo por meio das proporções ideais.
As estátuas, porém, não eram brancas como mármore tal como as conhecemos hoje, mas passavam por um processo chamado encáustica, quando há a aplicação de uma mistura de pigmento em pó com cera quente.
O neoclassicismo
A partir de 1720, ocorreu um ressurgimento da cultura Clássica através do Neoclassicismo.
Nesse período, temas que imitavam a arte grega e romana floresceram para inspirar a república francesa, e logo por toda a Europa. Seu objetivo principal era resgatar os valores estéticos e culturais da Antiguidade Clássica.
Segundo Winckelmann, a beleza não poderia ser encontrada na natureza, pois esta seria imperfeita.
Ao artista caberia procurar o belo ideal, a síntese de todas as belezas.
Porém, essa busca seria em vão, pois o ápice desse ideal já teria sido alcançado pelos gregos, restaria ao artista apenas imitar a Antiguidade.
Em todos os museus, academias de arte, Faculdades de Letras e Escolas de Belas-Artes era indispensável ter reproduções em gesso da estatuária grega.
A antiguidade clássica e as tatuagens
O termo Neoclássico foi criado posteriormente ao período como um rótulo pejorativo. A cópia das obras gregas passou a ser severamente criticada pela restrição à liberdade artística.
As pinturas passaram ser questionadas, pois quando em qualquer época da história poderia um soldado ir sem roupas apenas com mantos esvoaçantes a uma batalha?
Críticas crescentes acabaram contribuindo para o declínio desse tipo de representação. Assim como vários hábitos gregos adotados, como o uso de túnicas, passaram a ser considerados destoantes e beirando o ridículo.
Percebemos na arte da tatuagem as clássicas dum retorno às forme representação com o resgate no sentido de perfeição, onde o corpo humano tem papel ímpar.
O corpo é a obra de arte e através dele visões de dinamismo e poder são expressos. Deuses e Deusas do Olimpo voltam a manifestar sua força.
Fonte:
- JANSON, H. W. História Geral da Arte – O Mundo Antigo e a Idade Média, 3ª edição, Editora Martins Fontes, 2007.
- PROENÇA, Graça. História da Arte, 16ª edição, Editora Ática, 2001.
- STRICKLAND, Carol. Arte comentada Da Pré-História ao Pós-Moderno. Ediouro, 1999.
- IMBROISI, Margaret. Neoclássico. 1998.
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