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Primeiro explicamos aqui no blog os tipos de papel e lápis grafite utilizados nos desenhos realistas. Depois, orientamos sobre o ambiente ideal para desenhar, música e como acertar na precificação dos seus trabalhos. Agora, chegou a vez de apresentarmos como os segredos de luz e sombra tornam os desenhos tão impressionantes, com volume e profundidade, que “saltam do papel”.
A mudança gradual da luz para a escuridão é o efeito mais importante no acabamento dos desenhos realistas, criando a ilusão de terceira dimensão. Essa técnica de contraste na representação dos objetos é chamada chiaroscuro. Teve origem na pintura renascentista do século XV.
Dominar a transição entre as diferentes tonalidades de grafite é um desafio para os iniciantes, que muitas vezes evitam escurecer áreas do desenho, fazendo com que o trabalho final seja pálido. Ou, quando ocorre o contrário e o traço é muito forte, resulta em desenhos carregados e muito escuros.
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Aplicação de luz e sombra na prática
O primeiro passo na técnica é estabelecer o posicionamento da luz. Considere os diversos planos de um objeto:
- direita;
- esquerda;
- cima;
- baixo;
- frente e
- trás.
A luz poderá incidir diretamente em apenas três destes lados.
Ao escolher as faces que não receberão luz, você deve escurecer gradualmente para conferir a profundidade. A incidência de claridade então será inversamente proporcional à tonalidade da pigmentação.
Se estiver utilizando o lápis grafite, dê preferência à graduações acima de 2B e para áreas claras use lápis mais duros como 2H, H e HB. Sendo que o foco de luz mais dura deve ficar sem preenchimento ou ser definido utilizando uma borracha.
Além disso, se o objeto estiver posicionado sobre uma superfície lisa, é importante considerar o reflexo no desenho e a sombra projetada.
No desenho realista baseado em fotografias não nos preocupamos de forma tão consciente sobre a direção da luz, pois esta já está imposta na imagem, basta apenas copiá-la. Nesse caso, volta a imperar a percepção, precisa-se treinar a percepção não só às formas, mas também ao tom.
Veja aqui algumas dicas para se perceber melhor os tons:
- Utilizar sempre a referência impressa em preto e branco, pois uma imagem de referência colorida pode gerar confusão ou imprecisão na percepção do tom.
- Colocar uma folha sulfite branca ao lado do tom que se observa e depois ao lado da parte correspondente no desenho, pois o branco do papel serve de referência para comparar os tons.
- Apertar um pouco os olhos de forma que a visão fique meio embaçada, dessa forma desapega-se dos detalhes focando-se mais nos tons.
- Preencher alguma área de tom bem escuro ou preto em alguma parte do desenho para que se tenha uma base do preto e assim conseguir chegar melhor aos tons intermediários. Dessa forma diminui a possibilidade de que o desenho fique sem contraste com a ausência de tons pretos.
Os 5 níveis de iluminação
Para dominar a técnica dos desenhos realistas é preciso saber identificar as diferentes tonalidades de iluminação:
1. Brilho – Onde é o principal foco de incidência da luz, ou seja, a área que não será pintada. Em nuances mais complexas também será possível distinguir a luz natural (sol) de luz artificial (lâmpada, vela, etc, pela intensidade da luz).
2. Meio tom – Aplicação branda do grafite, obtida utilizando lápis intermediários com pressão leve.
3. Sombra – Área do objeto que recebe pouca ou nenhuma luz. Conheça os efeitos de sombra mais conhecidos:
- Chapado (não há meio tom);
- Esbatido (transição gradual de pressão ou tonalidade do lápis – degradê);
- Esfumado (efeito de fumaça obtido esfregando algodão ou papel no grafite);
- Pontilhado (transição na intensidade de concentração de pontos);
- Hachuras (riscos de linhas próximas ou afastadas).
4. e 5. Sombra projetada e luz refletida – Quando há outro objeto ou uma superfície é possível que sejam projetadas sobre ela uma sobra que ajuda a compor o realismo do desenho. Seguindo a mesma lógica, é refletida a incidência da luz que ajuda a definir as bordas de um objeto.
Efeitos percebidos em desenhos realistas
Usando as ferramentas certas é possível conseguir efeitos impressionantes, ajustando o contraste de maneira a criar texturas e expressões vivas, repletas de emoção. No vídeo abaixo, o professor Charles Laveso demonstra a utilização do esfuminho no acabamento de suas obras.
Recomendamos a utilização de papel com gramatura acima de 140g/m² e utilizando sempre o lado mais liso do papel para que seja possível aplicar os efeitos de luz e sombra, além da textura, que pode ter aspecto de:
- plástico;
- algodão;
- metal;
- metal escovado;
- pele humana;
- entre outros.
Técnica e criatividade
Uma vez que você seja capaz de identificar as diferentes nuances de luz e sombra em desenhos realistas, o próximo passo é exercitar essa percepção.
Acesse nossa galeria e avalie em cada desenho a aplicação dessa técnica!
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