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No seu ponto de vista, o sucesso é fruto da genialidade? O que os grandes mestres do passado e do presente têm em comum? Sempre foi transmitida a ideia que os gênios já nascem com superpoderes, dons de alma, habilidades inexplicáveis e mágicas.
No livro “Maestria”, o autor Robert Greene, analisa a trajetória de seres inteligentíssimos e bastante disciplinados como Leonardo da Vinci, Goethe, Charles Darwin, Thomas Edison, Mozart, Einstein entre outros.
Nos faz perceber que o sucesso que eles obtiveram foi o resultado de muito estudo, disciplina e trabalho.
Sim, TRABALHO!
Ou você acha que Mozart já nasceu tocando piano e não teve a ajuda de ninguém?
Seguindo este raciocínio, faço um paralelo entre duas grandes figuras no mundo das artes. Separados por quase um século de diferença. A princípio, nada parecem ter em comum, a não ser a pequena cidade de Brodowski, município localizado a nordeste do estado de São Paulo.
Cândido Portinari
Em 29 de dezembro de 1903, nasceria em uma fazenda de café o grande artista plástico brasileiro Cândido Portinari.
Seus pais, italianos, haviam migrado para o Brasil com o objetivo de trabalhar na lavoura. De origem humilde, teve uma infância pobre e recebeu apenas a instrução primária. Desde criança manifestava sua vocação artística. Seu primeiro desenho conhecido, o “Retrato de Carlos Gomes’, foi feito quando tinha apenas 10 anos”.
Quando um grupo de pintores e escultores italianos chegou à cidade em 1918, Portinari não hesitou ao aceitar o convite para ser ajudante. Como queria desenvolver seu potencial ao máximo, partiu para o Rio de Janeiro. Junto a uma família amiga, com apenas 15 anos, para ingressar no Liceu de Artes e Ofícios.
Tornou-se depois aluno da Escola Nacional de Belas Artes.
O esforço e o talento não tardaram a dar bons frutos. No meio da década de 1920, Portinari já conseguia manter sua subsistência por meio de encomendas de retratos e, em 1928, teve seu primeiro grande reconhecimento, ao obter o Prêmio Viagem à Europa com a obra o Retrato de Olegário Mariano, Parte da 35ª Exposição Geral de Belas Artes. Esse fato se tornou um marco decisivo na trajetória artística do jovem pintor.
Um artista inquieto
Ao voltar da Europa, 2 anos depois, não deixou de pintar retratos. Mas o Brasil passou a aparecer fortemente em seus trabalhos. Seu nome ganhou ainda mais projeção a partir do convite do Ministro Gustavo Capanema para a execução das obras do prédio do Ministério da Educação e Saúde, no Rio de Janeiro.
O tema essencial da obra de Cândido Portinari é o Homem. O aspecto mais conhecido do grande público é a força de sua temática social. Embora menos conhecido, há também o Portinari lírico. Essa outra vertente é povoada por elementos das reminiscências de infância na sua terra natal: os meninos de Brodowski com suas brincadeiras, suas danças, seus cantos; o circo; os namorados; os camponeses… o ser humano em situações de ternura, solidariedade e paz.
O artista continuou com uma produção intensa. Participou de grandes exposições e recebeu uma série de encomendas, como a do Conjunto Arquitetônico da Pampulha, em Minas Gerais, com a obra da igreja São Francisco de Assis.
As preocupações sociais de Portinari também ganharam destaque, tanto em suas obras, como é o caso de “Retirantes”, quanto na atuação política. Na década de 1940, ele se candidatou, sem sucesso, a deputado e a senador pelo Partido Comunista Brasileiro.
Com o acirramento da perseguição aos militantes de esquerda, o artista se mudou para o Uruguai, em exílio voluntário. A situação não o impediu de seguir seu trabalho. Em 1952, começou a pintar suas obras mais famosas, os painéis “Guerra e Paz”, finalizados em 1956, que atualmente estão no hall de entrada da Assembleia Geral da ONU.
As obras deixadas por Cândido Portinari apresentam uma grande diversidade de temas, do lírico ao trágico, passando por imagens religiosas, representações do Brasil e de seu povo. Suas influências vêm de grandes nomes, como Velásquez, Botticelli, Ticiano, Rafael, Picasso, entre outros. “Primeira Missa no Brasil”; Portinari, 1948. ]
Portinari faleceu em fevereiro de 1962 em decorrência de uma intoxicação. O problema, causado pelo chumbo presente em tintas que utilizava, havia aparecido quase uma década antes. O Brasil perdia um dos seus maiores artistas plásticos e aquele que, com sua obra de arte, muito contribuiu para que o Brasil fosse reconhecido entre outros países.
Talento e superação
Estamos agora em 2017, ainda na cidade de Brodowiski. Atentos a um dos mais espetaculares desenhistas do realismo no Brasil dos últimos tempos – Charles Michael Laveso, criador do curso virtual de desenhos realistas. Nascido em 1978 no interior de São Paulo na cidade de São Caetano do Sul, com poucos meses de vida mudou-se para a cidade de Campinas, onde passou toda a sua infância e adolescência.
Filho de pai sapateiro e mãe costureira, teve uma infância humilde. Desde muito cedo já demonstrava seu interesse em aprender a desenhar, utilizando-se desta habilidade para aumentar sua autoconfiança.
O fato de ter nascido sem a mão direita fez com que a sua expressão artística fosse uma forma de superação.
Aos 16 anos conheceu um artista de desenhos realistas e se apaixonou por este tipo de arte, tendo a certeza que gostaria de realizar trabalhos com a mesma riqueza de detalhes. Emergiu em um processo incessante de observação, aprendizado e prática. Passando a viver do dinheiro obtido com desenhos feitos por encomenda.
Como um divisor de águas, após passar por dificuldades financeiras e já sem conseguir gerar os recursos necessários com as encomendas, começou a lecionar para sua subsistência. E foi neste momento que ele percebeu que o desenho poderia gerar um bom futuro. A partir daí e com muito trabalho e dedicação, as aulas que antes eram presenciais cresceram cada vez mais e acabaram se transformando em ensino à distância.
Em muitos momentos o caminho foi árduo e ele pensou em desistir do seu sonho. Mas algo o impulsionava a continuar e fazer das dificuldades um trampolim para seguir adiante. O foco neste objetivo fez com que persistisse e alcançasse reconhecimento no exterior, com exposições e workshops em outros países. Charles Laveso vai imortalizando o seu nome a cada trabalho.
Só não falem de dons e talentos inatos! Podemos nomear grandes homens de toda espécie que não eram superdotados. Mas adquiriram grandeza, tonaram-se “gênios” .
Todos tiveram a diligente seriedade do artesão, que primeiro aprende a construir perfeitamente as partes, antes de ousar fazer um grande todo. Permitiram-se tempo para isso porque tinham mais prazer em fazer bem o pequeno e secundário do que no efeito de um todo deslumbrante.
O que os dois tem em comum?
Mas, afinal o que teriam estas duas personalidades em comum? O sucesso que o Portinari e o Charles conquistaram é fruto de algum dom divino ou genialidade?
O paralelo que traçamos dessas duas histórias, cada um em seu tempo, nos faz concluir que a excelência alcançada é, sem dúvida, consequência do esforço e da persistência. E não devido à genética ou qualquer tipo de privilégio.
Os dois, ligados pela arte e separados pelo tempo, fizeram da sua caminhada um constante aprendizado, sempre atentos e sem se levarem a supor que já tinham alcançado o nível que almejavam. A evolução de um verdadeiro mestre sempre será uma busca constante.
O fato é que se cada um for atrás da área com a qual está emocionalmente conectado, conseguirá galgar grandes resultados com o tempo. Todos nascem com algo singular, uma mistura de talentos que podem ser trabalhados para atingir a perfeição, basta o seu desenvolvimento com esforço e dedicação.
Dicas importantes
Segundo Robert Greene, atingir a maestria e o sucesso significa estar feliz e realizado. Ele fornece, para atingir estes objetivos, 6 dicas a seguir:
- CARREIRA: Escolha uma carreira que de alguma forma coincida com seus maiores interesses.
- APRENDA: Valorize a aprendizagem ao invés do dinheiro. Conhecimento e habilidades são os seus reais objetivos.
- PACIÊNCIA: Não tenha pressa. Sua missão nos seus 20 e poucos anos será tentar alguns empregos diferentes, ver o que mais combina com você. É uma jornada na qual você deve aproveitar o processo de descobrir o que você nasceu para fazer.
- SEJA DIFERENTE: Não tenha medo de ser diferente. Você não está aprendendo habilidades e adquirindo conhecimento para ser igual aos outros e se acomodar. Você está chegando ao ponto em que imprime sua marca pessoal em tudo que faz. Para fazer isso não deve ter medo de ser diferente ou ser criticado. É um risco, mas a recompensa será muito maior. Todos os grandes mestres dos negócios, esportes e artes são originais. Só há um Steve Jobs. Você quer ser capaz de dizer a mesma coisa sobre si mesmo, de certa maneira.
- FLEXIBILIDADE: Por fim, seja flexível. Muitas pessoas se tornaram vítimas do próprio sucesso. Elas se concentram no que são bons e param no tempo. Esteja disposto a misturar as coisas, experimente novos ângulos. É isso que fez um artista como Picasso ser tão brilhante e cultuado, ele nunca parou em um único estilo por mais de cinco ou dez anos. Se renovar continuamente vai mantê-lo jovem de espírito e um futuro mestre.
- SAIBA O ESSENCIAL sobre materiais para desenho.
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