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O Carvão é utilizado desde a pré história até os dias atuais. Portanto, é um dos materiais mais antigos para expressão artística. Os artistas da pré história desenhavam nas paredes das cavernas com as cores ocre e vermelha, feitas com argila, e usavam o carvão misturado com dióxido de manganês para cores negras.
Um dos primeiros desenhos a carvão é o “Retrato de Willibard Pirckheimer” do ano de 1503 pelo artista Dórer.
Atualmente, o lápis carvão é usado para esboçar e para desenhos definitivos também. A escolha varia de acordo com o suporte e a intenção do artista.
Tipos de carvão
Carvão prensado em barras
Este material tem na sua composição carvão, fuligem e argila. Proporcionam diferentes graus de maciez e de tons negros.
Ideal para esboços em papel, possui a profundidade e intensidade de tom que as sombras escuras requerem.
Em função da argila na sua composição, são mais resistentes à quebras.
Não é recomendado o uso para esboços em tela, pois são de difícil remoção. A dureza do carvão deve ser escolhida em função do tipo de trabalho.
Galhos de carvão
Obtido da queima de galhos de árvores, como a bétula, por exemplo, carbonizados a vácuo e submetidos a baixas temperaturas.
Proporcionam um tom negro acinzentado, são macios e de fácil remoção, ao contrário do carvão prensado. Pode ser usado sobre telas para fazer esboços.
Lápis carvão
Os lápis carvão podem ser feitos com minas de carvão de galhos ou minas de carvão prensado, estes últimos mais escuros.
São úteis para trabalhos delicados e minuciosos. Por estarem revestidos com madeira não sujam as mãos.
A escolha do tipo de papel é muito importante para o trabalho com carvão, pois sua textura está diretamente ligada no resultado do trabalho.
Tipos de lápis carvão (esboço)
O lápis carvão, que pode ser também considerado um crayon para esboço, pode ser usado tanto para traçar linhas quanto para sombrear.
Eles são mais macios e seus traços são melhor cobertos por tinta ou por grafite. Este material absorve parte do grafite, pastel ou carvão, reduzindo as chances de que o esboço apareça em meio à pintura final. Os lápis de esboço mais usados são os de cor sépia, sépia claro, sanguínea, e cinza claro.
Porém, nem só para isso servem esses lápis. Muitos artistas os usam como instrumentos de desenho em acabamento, substituindo, ou em conjunto com o lápis grafite graduado. No Brasil há algumas marcas conhecidas de lápis esboço: Derwent, Caran d’Ache, Cretacolor, Faber Castell, Koh-I-Noor e Conté à Paris.
Conté à Paris
Nicolas-Jacques Conté foi um pintor francês , balonista , oficial do exército e inventor do lápis moderno.
Conté inventou o lápis moderno a pedido de Lazare Nicolas Marguerite Carnot . A República Francesa estava então sob o bloqueio econômico e incapaz de importar grafite da Grã-Bretanha , a principal fonte do material.
Carnot pediu a Conté que criasse um lápis que não dependesse de importações estrangeiras.
Após vários dias de pesquisa, Conté teve a idéia de misturar grafite em pó com argila e pressionar o material entre dois meio-cilindros de madeira. Assim se formou o lápis moderno. Conté recebeu uma patente para a invenção em 1795, e formou a Société Conté, onde começou a produzi-los, daí veio os lápis com seu nome.
Pierre Noire
O lápis carvão Conté “Pierre Noire” é macio com um negro denso, profundo, permanente e fosco. Muito apreciado por seu uso em todos os tipos de suportes: blocos de desenho, papel com fibras de algodão ou outros componentes e telas de tecidos diversos.
Graduações: H, HB, B, 2B 3B
Carbono
O lápis carvão Conté “Carbono” é derivado de carvão vegetal tradicional, mas com uma dureza superior. Por isso, eleva sua consistência dificultando a quebra da mina e evitando que suje as mãos.
Seu acabamento suave e detalhado permite todos os tipos de projetos, executados com precisão.
Graduações: 2H, H, HB, B, 2B, 3B
Charcoal
O lápis Conté “Charcoal” proporciona um acabamento limpo, de um negro intenso, porém mais poroso e rústico, comparado ao Pierre Noire.
Sua característica especial é que ele não quebra, tornando-o fácil de transportar.
Graduações: H, HB, B, 2B
Usando o lápis carvão na prática
Utilizando um papel liso com gramatura de 190g/m2, fez-se o teste de algumas graduações e diferentes tipos de lápis carvão da marca Conté à Paris.
Considerações finais após os testes:
Os lápis Carbone são mais macios e menos porosos. Apresentam uma sensação suave, com pouco resíduos ásperos. Dá-se a sensação de que impregna com mais dificuldade no papel, como se houvesse uma camada de cera.
Dá para ser usado em tons mais claros e suaves, diferente do Charcoal, que apresenta uma porosidade muito grande, quase rústica, e há muitos resíduos. Pode borrar o trabalho se não forem tomados os devidos cuidados, como esfregar a mão ou a folha de apoio sobre o desenho.
Todavia, o Pierre Noire (PN) foi o que mais se adequou à técnica mista de grafite e carvão. Pois é um carvão nem tão suave e nem muito rústico. Faz um pouco de sujeira, mas impregna bem no papel, por isso os testes foram feitos com o mesmo.
Associando o uso de duas graduações do PN, mais o pincel, é possível obter um escuro muito intenso, fosco, diferente do tom do lápis grafite Staedtler 3B, que é bem escuro, mas, ainda assim, acinzentado.
Lápis carvão Nero Cretacolor
Outro lápis carvão que pode ser utilizado na técnica mista com grafite, é o lápis Cretacolor Nero. É um composto de carvão com cera e aditivos, o que traz um pigmento negro e consistente, porém, não tão denso quanto o Pierre Noire.
Mas apresenta uma mina limpa, que não borra e não solta resíduos, tornando o manuseio mais limpo e mistura-se bem ao grafite. Pode ser aplicado até por cima de onde já foi sombreado com o grafite, pois a cera em sua composição favorece a aderência.
Abaixo um teste de intensidade de tons feito com os lápis: Pierre Noire, Nero Cretacolor, Dark Onix Grafite(Derwent) e grafite 6B.
Últimas observações
O grafite, aplicado após o carvão, adere bem, misturando-se. Mas, o carvão, aplicado por cima do grafite não obtém boa aderência, pois o grafite “alisa” a porosidade do papel impossibilitando o carvão de aderir à superfície. Com exceção ao Nero que adere até por cima do grafite, desde que haja um sombreamento suave e não tenha saturado o papel.
O carvão é um material muito fácil de esfumar e espalha bem ao seu redor. O uso da caneta borracha Tombow 2.3mm para detalhes fica um pouco dificultado, pois o carvão adere bem ao papel e é de difícil remoção, podendo ser apenas clareado, porém, não apaga totalmente.
Para saber mais, na prática, conheça a vídeo aula com a técnica mista (grafite e carvão)!
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