A arte como disciplina escolar

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O ensino de artes na escola não tem como objetivo formar artistas. Do mesmo modo, o ensino de matemática não visa formar matemáticos. O papel da escola é formar pessoas capazes de terem uma percepção sensível às imagens. Bem como decodificar intenções e valores presentes na arte e na mídia.

A escola, enquanto instituição, precisa investir na formação de leitores. Precisa ampliar suas concepções de leitura para além dos elementos textuais. Também incorporar a linguagem visual, corporal e tecnologias digitais.

É fato que a maioria dos alunos não querem estudar, mas querem muito aprender.

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O papel do professor

Ao ampliarmos a educação através da arte em suas várias formas despertamos gosto pelo conhecimento usando um meio de comunicação atraente para crianças e jovens.

A atuação do professor em uma relação de poder e submissão, impondo obediência cega, gera um clima de tensão. A aprendizagem acaba sendo repetitiva e sem sentido.

Ele pode muitas vezes determinar o sucesso ou fracasso do estudante. Críticas excessivas, destrutivas, desconsideração pelo esforço ou pelos sentimentos do aluno são atitudes que servem para diminuir ou até mesmo destruir o interesse pela aprendizagem.

Os psicólogos americanos Rosenthal e Jacobson pesquisaram sobre a influência do professor no desempenho dos alunos como uma “profecia educacional que se autorrealiza.” Isto é, aqueles a quem o professor menos espera que aprendam terão menores resultados. Isso ocorre porque, quando o professor demonstra empatia e acredita no potencial de seus alunos, agirá de modo incentivador. Portanto, produzirá um efeito benéfico.

Muitos jovens e adultos afirmam terem sido envolvidos pela empatia de um professor. Se sentem acolhidos por ele. Apesar de inicialmente não se identificarem com a disciplina, se esforçaram para conseguir bons resultados. Alguns escolhem inclusive uma determinada área por influência de um educador.

 

O ensino da arte na escola

A arte dentro das instituições escolares sempre atuou como transgressora. Enquanto nas outras disciplinas o trabalho é repetitivo, obrigatório e não considera a vontade do aluno. Nas aulas de artes, a percepção individual será prioridade; um momento de satisfação por permitir a quebra da rotina.

Praticar arte proporciona um momento em que o jovem acha dentro de si recursos para enfrentar melhor os problemas que surgem. Porque encontra na arte um ambiente seguro para expressar seus sentimentos.

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A escola deveria ser um local onde se exerceria o princípio democrático de acesso de todas as classes sociais à informação. No entanto, o que ocorre é um apartheid cultural, onde as camadas populares são vedadas ao acesso dos códigos eruditos. Enquanto isso, a classe dominante se apropria de todos os códigos, inclusive os da cultura popular. As massas devem ter o direito a sua própria cultura e à cultura da elite.

É curioso como, ao mesmo tempo em que a sociedade considera a arte como um dos bens mais elevados da humanidade, ela é vista com descrédito nas instituições públicas. E as escolas seriam justamente o meio de facilitar o acesso à maioria dos estudantes à arte.

Há de se levantar a questão: Nosso sistema educacional prioriza os valores humanos ou as recompensas materiais são os verdadeiros valores?

A ênfase na aprendizagem como um todo tem sido relacionada apenas a memorização de fatos e fórmulas, isso por si só, não trará benefícios nem a sociedade, nem ao indivíduo se não vier acompanhado da formação de um espírito livre e flexível.

A arte contribui como nenhuma outra disciplina porque é um caminho que traz liberdade de expressão, poder de análise e insere o indivíduo no coletivo, ao mesmo tempo em que fortalece sua individualidade.

BIBLIOGRAFIA

BARBOSA, Ana Mae. A imagem no Ensino de Arte. Anos oitenta e novos tempos. 6ª Ed. São Paulo: Perspectiva, 2005. (p. 27-82).

GOMES, Carlos Alberto. Poder, autoridade e liderança institucional na escola e na sala de aula: perspectivas sociológicas clássicas. Rio de Janeiro. 2009.

PALOMINO, Thaís Juliana. A Aprendizagem da docência de uma professora iniciante: um olhar com foco na intermulticulturalidade. São Carlos. 2009.

PAULA E SILVA, Gislene Santos. A importância do ensino de arte no contexto escolar em uma escola de ensino fundamental. Belo Horizonte. 2015.

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